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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Peixes estão nascendo sem que haja sexo

Uma notícia de última hora informa que um evento raro está acontecendo entre a população de peixes-serra da Flórida, nos Estados Unidos. Os peixes estão se reproduzindo sem fazer sexo. Isto mesmo, peixes se reproduzindo de forma assexuada através da partenogênese.

A partenogênese é uma forma de reprodução muito comum em invertebrados e acontece quando o óvulo produzido pela fêmea começa a se segmentar e se desenvolve em um organismo, sem precisar do espermatozoide produzido pelo macho.
Existem diversos estímulos que levam ao desenvolvimento de filhotes de forma assexual apenas a partir do óvulo. Estes estímulos podem ser químicos ou devido a mudança nos fatores ambientais e também emocionais, sendo ativados em condições de estresse.
A notícia foi divulgada como o primeiro caso de partenogênese em peixes, porém, este fenômeno, apesar de raro, já foi observado em outros animais vertebrados, especialmente entre os anfíbios. Claro, é mais difícil saber isto em ambiente natural porque você teria que identificar todos os indivíduos da população para saber que não existe um macho que possa se reproduzir com as fêmeas.
O que se sabe seguramente é que a espécie encontrada pelos cientistas está muito ameaçada de extinção. As populações de peixes-serra estão cada vez menores e acredita-se que a partenogênese seria o último suspiro antes do desaparecimento total deste peixe.
A partenogênese confirma algumas coisas que os cientistas pensam sobre a reprodução. Os machos não seriam necessários para que existam filhotes. Uma população somente de fêmeas poderia muito bem cumprir a função de deixar descendentes e isto já é visto em diversos grupos de animais. Sabe a história de que carrapato não tem pai? Isto é a partenogênese. Carrapatos se desenvolvem sem que haja o encontro de óvulo e espermatozoide.
Apesar de uma ótima solução para conservar uma população que não tem machos suficientes para copular com as fêmeas, a partenogênese pode causar problemas, porque todos os filhotes serão “clones” das mães. Isto é muito ruim para uma população inteira pois não vai existir variabilidade genética e é esta variabilidade que garante a sobrevivência de indivíduos nas mudanças que ocorrem em um ambiente.

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